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Sobre Afastamentos Individuais e Acolhimentos Coletivos

  • Foto do escritor: Folklore Brand Storytelling
    Folklore Brand Storytelling
  • 31 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

De repente, a dissolução de fronteiras e intensa mobilidade que marcam o nosso século passam a ameaçá-lo e a expressão “aldeia global” ganha um sentido inusitado. Nesse momento, em que o medo e a dúvida podem nublar o que se entende como papel de uma instituição de ensino, faz-se necessário lembrar que, diante do incerto, somos todos aprendizes. Todos estamos reaprendendo hábitos e certezas, e cultivando um novo olhar aos que nos cercam: íntimos ou desconhecidos, aparentes ou invisíveis.

Crianças e adolescentes, de acordo com a capacidade e maturidade de cada faixa etária, são sujeitos e não apenas espectadores dessas providências. Como tais, devem, dentro de um ambiente de confiança e afeto, expressar suas angústias e questionar seu papel em um movimento que, para ser efetivo, deve ser coletivo.

A dúvida, natural nesse contexto, pode culminar em dois resultados, a depender do seu tratamento: pânico, diante de informações abundantes e desencontradas; ou resiliência, adquirida pela escuta atenta e cuidado com que os dados e eventos são processados. Para este segundo cenário, não são necessárias respostas prontas ou acabadas, e sim a certeza sóbria de que passaremos por isso juntos. E passaremos.

Ainda que professores e equipes pedagógicas estejam engajados, nesse primeiro momento, em garantir o conteúdo letivo com os instrumentos disponíveis, a contingência pode ser uma oportunidade de instrução. Sobre o papel fundamental da ciência na tensões de saúde pública, sobre a importância dos ritos de higiene e cuidados pessoais ou, ainda, sobre responsabilidade individual e exercício da cidadania. Este é um exemplo de como, às vezes, a realidade invade o espaço controlado da sala de aula e a prática atropela a teoria.

Seja você potencial vetor ou esteja em um grupo de risco, o momento é de autocuidado e acolhimento coletivo. O que nos afasta fisicamente não destrói nossos vínculos nem nos priva de uma característica que é inerente à humanidade: a empatia.

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